sábado, 20 de agosto de 2022

5 curiosidades sobre a Seleção Brasileira de Futebol

 

O BRASIL NEM SEMPRE JOGOU DE AMARELO

A camisa do Brasil era branca até 1953. Nesse ano, a CBD, Confederação Brasileira de Desportos, lançou um concurso cultural para criar uma nova camisa para a seleção brasileira. O concurso foi uma parceria com o jornal Correio da Manhã e a ideia era trocar a camisa branca que “não carregava em si a ideia de nacionalidade brasileira”. Os novos uniformes tinham que ter as quatro cores da bandeira do Brasil: verde, amarelo, azul e branco. O concurso foi considerado um sucesso, com mais de 300 pessoas mandando sugestões para o novo manto da seleção.

O responsável por criar a camisa canarinho que conhecemos hoje foi Aldyr Garcia Schelee, um desenhista de um jornal local da cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O gaúcho decidiu fazer a camisa ser majoritariamente amarela com detalhes verdes, e as outras cores obrigatórias ficaram no calção e meiões. Depois do concurso, a população brasileira caiu nas graças da camisa canarinho e o Brasil passou a disputar Copas do Mundo com o novo uniforme. 

Mas, ironia do destino ou não, o 1º título mundial do Brasil não foi usando amarelo. Acontece que a final da Copa de 1958 foi contra a Suécia, que também jogava de amarelo. E a FIFA decidiu que, como os suecos eram os donos da casa, o Brasil deveria jogar com outro uniforme que não o amarelo. Reza a lenda que a delegação brasileira teve que procurar novas camisas lá na Suécia para comprar, já que o time não tinha um segundo uniforme. A escolha foi então pelo azul, remetendo ao manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país. Os escudos das camisas foram costurados a mão às vésperas da final e o Brasil venceu por 5×2, conquistando seu primeiro título mundial. 


Foto: Acervo/Getty Images

O BRASIL SEDIOU 2 COPAS E NÃO GANHOU NENHUMA DELAS

Em 1950, o Brasil sediou sua primeira Copa do Mundo, para a qual o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, foi construído. O Maraca era, literalmente, o maior estádio do mundo na época e iria receber a final do torneio. E o Brasil foi pra final, claro. Maracanã lotado, expectativa lá em cima e veio a decepção: o Uruguai venceu a final por 2×1. O jogo que deixou o Maracanã (e o país) em completo silêncio foi apelidado de Maracanaço. 


Para a Copa de 2014, quando o Brasil também foi sede, o Maracanã foi todo reformado. Deixaram o exterior sem nenhuma pintura. Nas semifinais da Copa de 2014, o Brasil perdeu pra Alemanha no lendário 7×1 no estádio Mineirão, em Belo Horizonte. 


O Brasil é um dos apenas 5 países que já recebeu mais de uma Copa do Mundo. A lista também é composta por Alemanha, México, França e Itália. E, junto com o México, é o único desses que nunca venceu uma Copa em casa. A Itália foi campeã e sede em 1938, a França em 1998 e a Alemanha em 1974. 

O BRASIL É O PAÍS DOS ARTILHEIROS

A pessoa que mais marcou gols em Copa do Mundo é brasileira. E é, ninguém mais ninguém menos, do que ela: Marta, com 17 gols. Sim, Marta é nossa maior artilheira da história, entre homens e mulheres. 


Foto: Reprodução Instagram

Quando levamos em consideração só a Copa do Mundo masculina, o segundo maior artilheiro é brasileiro: Ronaldo Fenômeno tem 15 gols. Ele está apenas 1 gol atrás do maior artilheiro de Copas masculinas, o alemão Miroslav Klose. Ironicamente, Klose fez o gol número 16 no 7×1.

Além disso, o Brasil é o país com mais artilheiros em Copas, com 5 atletas. Leônidas da Silva, o Diamante Negro, foi o artilheiro na edição de 1938, com 7 gols. Em 1950, Ademir Menezes teve 9 gols, e, em 1958, dois jogadores do Brasil dividiram a liderança com 4 gols: Garrincha e Vavá. Completando o time está Ronaldo Fenômeno na Copa de 2002, com 8 gols. 

O Brasil também tem o único jogador da história a marcar pelo menos um gol em todos os jogos de uma edição de Copa. Jairzinho foi apelidado de “Furacão” após conseguir esse feito na Copa de 70. 

O BRASIL É O ÚNICO PAÍS QUE JOGOU EM TODAS AS COPAS

O Brasil é o único país do mundo inteiro a disputar todas as 21 edições de Copa que tivemos até agora. (E vai disputar a 22ª em novembro no Catar)

E esse feito tem que ser atribuído a um cara chamado Carlito Rocha. Ele era de tudo no seu time do coração, o Botafogo: técnico, nutricionista, preparador físico, analista, presidente…Um homem de muitas versões.


Foto: Acervo Histórico do Botafogo

Em 1934, Carlito integrava a CBD e o Brasil passava por um momento muito delicado no futebol: a luta pela profissionalização do esporte. Enquanto os atletas queriam se tornar profissionais e parar de tratar o esporte como um hobby, alguns clubes e dirigentes achavam que tinha que continuar amador. Em São Paulo os jogadores já eram profissionais, enquanto no Rio, por exemplo, ainda eram amadores. A própria CBD era contra a profissionalização do esporte. Por conta desse racha, o Brasil ia ficar sem mandar uma seleção pra Copa, apesar de ter a vaga. Mas isso não foi um impedimento para Carlito Rocha.

Apesar de estar inscrito como árbitro da Copa do Mundo, Carlito não mediu esforços para juntar  jogadores dos times cariocas e levar o Brasil pra Copa. A seleção foi de navio e demorou 15 dias até chegar na Itália! Carlito não podia atuar como técnico, por isso acompanhou as partidas nas arquibancadas como um mero integrante da delegação. No fim, o Brasil foi eliminado ainda na 1ª fase, mas garantiu a presença e a marca de ter participado em todas as Copas. 

Seleção treinando no deck do navio a caminho da ItáliaFoto: Acervo da Seleção

O BRASIL SÓ GANHA COPA ONDE O FUTEBOL NÃO É TRADIÇÃO

Sim, isso é um fato. Todos os cinco títulos de Copa que o Brasil tem, foram conquistados em países onde o futebol não é forte. 

A primeira vitória do Brasil foi na Suécia, como você leu lá em cima. O segundo título foi em 1962, no Chile, quando a seleção chilena ainda não era primorosa. O tri de 1970 foi no México. O famoso “É TEEEETRAAAAA” em 1994 foi nos Estados Unidos.


E o penta foi na Copa da Coreia e do Japão, em 2002. Ironicamente, as duas vezes que o Brasil foi vice aconteceram em países muito tradicionais no futebol: no próprio Brasil, em 1950 e na França, em 1998.