O terceiro capítulo, "Reprodução feminina do vício masculino" trata da segunda onda feminista, começando na década de 1960, a segunda fase é contemporânea dos anos rebeldes e da construção do muro
de Berlim.
Aqui ela traz um histórico da vida de Margaret Sanger. Enfermeira e educadora, Margaret Sanger abriu, em 1916, a primeira clínica de controle de natalidade nos Estados Unidos, o que era ilegal na época. Sua prisão e condenação levaram a uma decisão judicial segundo a qual os médicos poderiam prescrever contraceptivos para mulheres por razões médicas. Em 1923, Sanger abriu uma nova clínica com equipe médica, que acabou se tornando a Federação de Planejamento Familiar da América (Planned Parenthood). O lado sombrio são suas opiniões sobre a eugenia, uma crença em melhorar a raça humana por meio de procriação seletiva. As práticas da eugenia visavam pessoas com deficiência, pessoas de cor e pessoas pobres. Sanger morreu em 1966.
A autora segue citando a história de Norma Leah McCorvey Nelson, chamada de Jane Roe na ação
judicial movida por suas advogadas pelo direito a um aborto legal.
A autora segue então na parte "Promiscuidade e irresponsabilidade sexual", onde diz: "A segunda onda do movimento só faz mais evidente
o papel fundamental da liberação sexual no discurso feminista.
A fase é marcada pelo desejo de algumas mulheres ocidentais de
reproduzir os defeitos sexuais que sempre foram, no imaginário
social, atribuídos aos homens: promiscuidade, desapego e irresponsabilidade com relação aos filhos. Se há um símbolo para
a segunda fase do movimento é precisamente a inveja do vício."
Ana Caroline também cita o russo
Pitirim Sorokin que publicou um relatório sobre os efeitos
do pensamento feminista de liberação sexual. Foi uma fase em
que "as feministas condenavam a estrutura social da América
como opressiva e lutavam por uma nova visão de mundo, uma
que não envolvesse Deus ou regras societárias".
São citadas umas poucas autoras que "defendiam a promiscuidade" e uma vida sexual desregrada, como se isso fosse uma lei máxima do feminismo, e traz alguns dados sobre o número de casais com filhos, de separações e divórcios e do número de mães solo, como se fosse apenas resultado da "revolução sexual".
Continuando, a autora aborda a obra de Simone de Beauvoir. "Considero que a obra inaugural da Segunda Onda feminista foi
o livro da francesa Beauvoir publicado em 1949: O segundo
sexo".
"Nenhum destino biológico, físico, econômico, define a
figura da fêmea humana que se reveste no seio da sociedade:
é a civilização como um todo que elabora esse produto
intermediário entre o macho e o castrado, que qualificamos
de feminino." (Simone de Beauvoir, O segundo sexo, São Paulo: Difusão Européia do Livro,
l970)
Depois, Ana Caroline fala um pouco sobre uma suposta "feminização da sociedade" e mudança da figura masculina, que não é mais tão "viril".
Continuando, vemos uma contradição na parte "A falsa promessa de satisfação", pois mesmo lendo tantas vezes neste livro que o feminismo incentiva "libertinagem sexual", vemos dados de que na verdade os jovens tem feito menos sexo.
"Em um dos estudos, a Dra. Jean Twenge, professora e
pesquisadora da San Diego State University, descobriu que os
millennials relatam ter menos parceiros sexuais que a Geração
X e mesmo os baby boomers na idade deles. E um relatório
de 2015 do Center For Disease Control descobriu que menos
pessoas de 15 a 19 anos relatam ter experimentado coito se
comparadas às gerações anteriores. O declínio é significativo
nos dois gêneros, mas particularmente entre os homens [...]
Ao mesmo tempo, há muita pressão sobre os jovens de hoje.
Entre as expectativas criadas pelo pornô e o escrutínio
constante de suas vidas sexuais por pesquisadores e pela
mídia, o pessoal de 20 e poucos anos se tornou consciente
num mundo de análise constante."
Em seguida, em "Betty Friedan, matrimônio e maternidade", é citado o livro "A mística feminina", publicado por
Friedan.
"Um trecho da obra da jornalista Peggy Orenstein resume com objetividade qual a importância da participação da
ex-dona-de-casa e ativista feminista Betty Friedan no que foi a
Segunda Onda feminista: "Em 1959, o aborto ainda era crime. As mulheres que não
eram casadas não podiam obter métodos contraceptivos
legalmente, e os farmacêuticos [...] se recusavam a vender
camisinhas para homens que eles achavam que fossem
solteiros. [...] A introdução da pílula anticoncepcional, em
1960, foi o primeiro tiro da revolução sexual. Três anos
depois, veio a publicação da Mística feminina, que lançou
a nova onda feminista. Uma década mais tarde, a Suprema
Corte garantiu o direito da mulher ao aborto. Como o sexo se
viu livre da reprodução, a ideia de "esperar até o casamento"
ou mesmo até a vida adulta, ficou cada vez mais obsoleta.
Entre 1965 e 1980, a porcentagem de garotas de dezesseis
anos que haviam tido relação sexual dobrou."
A autora cita algumas autoras que condenavam e viam como infeliz a tarefa de ser mãe e dona de casa.
Em "A quem importa casar-se?" temos mais desse pensamento. "Famílias bem estruturadas e casamentos afinados têm garantido
uma infância mais saudável para os pequenos e uma vida social
menos turbulenta para os adultos. Pesquisas têm demonstrado
a estrita ligação entre a organicidade familiar e a qualidade de
vida. Da mesma forma, a relação entre a criminalidade e o desajuste familiar."
Aqui a autora chega a argumentar como é uma desvantagem para o homem estar numa relação monogâmica. "Mas o sacrifício da exclusividade também é verdade quanto
aos homens: eles passam a ter sua vida sexual restrita e ainda
pagam por essa condição tendo que sustentar mulher e filhos.
À parte o que é moral ou imoral, é fato que o custo de uma
relação sexual furtiva é muito menor para um homem do que para uma mulher."
E continua: "Eles poderiam estar saindo todo
dia com uma mulher diferente, mas pelo contrário, continuam
com a mesma mulher e, incrivelmente, sustentam essa mulher
até depois da menopausa ou quando a relação sexual entre os
dois não acontece mais. É, portanto, certo que a restrição sexual imposta pelo casamento aos homens e mulheres tem um peso
biológico/fisiológico diferente para cada um deles."
A seguir, ela explica a "desvantagem econômica" dos homens. "Se o foco for econômico, contudo, não restam dúvidas de que o homem tem muito mais a perder. Mesmo nas improváveis comunidades onde o feminino é cultuado como superior, as mulheres nunca foram obrigadas a sustentar ou proteger seus parceiros sexuais como os homens têm sido, em milênios de patriarcado, obrigados a fazer com relação às esposas. Nas escassas descrições de povoados matriarcais, as mulheres conseguiam que os homens trabalhassem provendo comida e segurança porque elas eram consideradas superiores e conseguiam coagi-los - ora culturalmente, ora religiosamente. Nas sociedades patriarcais, as mulheres também conseguem que os homens trabalhem muito mais, protejam-nas e sustentem-nas sob o argumento da fragilidade ou inferioridade feminina."
"O que o
movimento feminista conseguiu foi liberar os homens do dever
social de sustentar as mulheres e retirar delas o direito de não
trabalhar, podendo viver do sustento do marido."
É, no mínimo, difícil se deparar com um raciocínio desses. É completamente ignorado que antigamente os casamentos não aconteciam apenas por amor e escolha do casal. Era arranjado, como uma forma de união de famílias, mantendo a mesma linhagem, mantendo os bens etc. É praticamente um discurso de "o homem tem que sustentar a esposa a vida inteira, ela não tem do que reclamar."
"Quanto mais bem remuneradas as mulheres são, menos vontade elas têm de se casarem. Um levantamento de 1982 sobre 3 mil solteiras descobriu que mulheres ganhando altos salários demonstram o desejo de continuar solteira" quase duas vezes mais do que as mulheres com baixa renda. "Quanto mais independentes as mulheres se tornam, mais desinteressante torna-se para elas o casamento", explicava Charles Westoff, demógrafo de Princeton, em um artigo do Wall Street Journal."
"Resta demonstrado que a implicância feminista com o casamento só começou quando ficou mais fácil arrumar um trabalho remunerado de pouco ou moderado esforço fora de casa. Enquanto houve barbárie, fome e todo tipo de dificuldade, as mulheres queriam casar tão logo pudessem e não costumavam invejar a condição masculina."
O pior é pensar em quantas pessoas acabam defendendo esse pensamento idiota.
Os absurdos seguem na parte em que se fala sobre Divórcio. "Mesmo com abandono, com marido adúltero, com mulher rameira, com agressão ou desamor, indiferença ou violência, o divórcio é um escape, jamais uma saída triunfal. Quem se divorcia por adultério - por não conseguir mais olhar para o traidor - está feliz? Sente-se vitorioso? Considera esse divórcio uma conquista? Duvido muito. A mulher que abandona o marido para fugir com um caminhoneiro deixa-o feliz pelo divórcio? A mulher que precisa se divorciar a fim de parar de apanhar do brutamontes com quem se casou acha isso a maior conquista da sua vida? Não."
E conclui com este parágrafo: "O pesquisador russo Pitirim Sorokin também apontava para dados nesse sentido. Para ele, a crescente desintegração dos casamentos, a desistência fácil de qualquer desafio matrimonial, é resultado de uma cultura de jovens e adultos que exigem um alto padrão de vida para se sentirem satisfeitos. Ele soma "ao egoísmo inflado, incapaz de suportar os defeitos do companheiro, a uma carência de genuíno amor que tudo dá e perdoa".
O capítulo termina com mais falas sobre como o feminismo é destruidor da família, do capitalismo e da heterossexualidade. É um pouco entediante.
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