terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Banqueiro dos Pobres - Muhammad Yunus

“O Banqueiro dos Pobres” conta a história do economista e Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus.
Yunus criou em Bangladesh o Banco Grameen, com o objetivo de emprestar dinheiro, através de um serviço de microcrédito para a população carente do seu país. Assim, ele criou uma estratégia eficaz no combate à pobreza, sendo as mulheres seu público-alvo. 

Bangladesh é um país de 120 milhões de habitantes que está entre os mais pobres do mundo. 40% do povo vive na miséria. Por causa da desnutrição, a média de peso e altura da população está diminuindo. Boa parte das crianças não chega à idade adulta. Foi a partir desse cenário desolador que o economista teve a ideia. Em 1974, Yunus era o chefe do departamento de economia na Universidade de Chittagong, um pequeno distrito no sudeste do país. Em suas aulas, ele ensinava as teorias que se propunham a resolver os grandes problemas da humanidade. Falava-se em milhões de dólares como se fossem nada. Fora do campus, a realidade era bem mais cruel.

"Comecei a achar que minhas aulas eram uma sala de cinema onde podíamos relaxar, tranquilizados pela vitória certa do herói. Mas a partir do momento que saía da sala de aula me confrontava com o mundo real. Lá os heróis eram moídos de pancadas, selvagemente pisoteados", conta ele no livro. Então, largou a faculdade e foi descobrir o que acontecia com aquelas pessoas.

Yunus começou seu trabalho pela aldeia de Jobra, que ficava perto da universidade. Começou a perceber como funcionava a economia doméstica naqueles lares e chegou a uma triste constatação: cada trabalhador ganhava no final do dia, em média, o equivalente a dois centavos de dólar. O grosso da produção ficava todo nas mãos dos intermediários, que pagavam muito menos do que o valor de mercado. Era exatamente esse sistema de produção que estava gerando a pobreza de uma população inteira.
Yunus, então, decidiu emprestar aos moradores da aldeia o valor que precisavam para não depender mais dos intermediários. Não seriam cobrados juros e eles poderiam pagar quando pudessem. O método foi crescendo e se transformou no Grameen, o primeiro banco da história criado para os pobres. A instituição que, há três décadas, vem concedendo microcréditos a pequenos produtores e comerciantes como uma estratégia para combater a pobreza. O que se sucedeu a partir daí é a história de uma transformação, narrada nas páginas de "O banqueiro dos pobres".


Yunus constatou que, por mais difícil que seja a situação dos financiados, os empréstimos são sempre pagos. O sucesso do Grameen foi tão grande que colocou por terra os argumentos dos economistas do mundo todo, que não davam nada pelo projeto.
De um punhado de dólares emprestados a 42 pessoas da aldeia de Jobra em 1976, o banco chegou a bilhões de dólares concedidos a 100 milhões de famílias em 2005, com a ajuda do Banco Mundial. 
O grande diferencial do Grameen é que ele é baseado em princípios humanistas, não apenas econômicos.

Yunus dá o exemplo de que dando oportunidade e investindo em quem precisa é possível transformar a realidade de um povo, e de um país.

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