terça-feira, 26 de agosto de 2014

100 anos de Sociedade Esportiva Palmeiras: muita história, ídolos, títulos e momentos marcantes

Maior vencedor de campeonatos brasileiros, com oito conquistas, não faltam ídolos e grandes nomes que escreveram belas páginas nesses 100 anos do Palmeiras. Desde Oberdan Cattani até a fabulosa Academia de Ademir da Guia, passando pela época mais vencedora do clube com Evair, Edmundo e Djalminha, não faltam momentos fantásticos do time de imigrantes italianos do início do século XX e, hoje, de milhões de brasileiros.
Mas mesmo com tantos títulos e glórias em sua história, o torcedor palmeirense não tem comemorado muito este centenário pela fase atual que o clube vem passando. Depois de disputar a série B do Campeonato Brasileiro em 2013, conquistar o título e voltar à série A, o Palmeiras tem chances de ser rebaixado novamente, não conseguindo sair das últimas colocações na tabela.

O clube fundado em 26 de agosto de 1914 era um refúgio para a crescente colônia italiana. O futebol era apenas diversão, que teria seu primeiro título em 1920.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os italianos passaram a ser vistos como inimigos. Getúlio Vargas declarou guerra ao Eixo e o governo impôs que qualquer instituição de qualquer espécie que tivesse nome ligado aos três países do grupo teria de ser mudado. Caso contrário, seria confiscado e fechado. A diretoria do clube foi pressionada a mudar nomes e cores. Agora, só verde e branco e a letra P sobre fundo verde. Assim, o Palestra morreu líder em 14 de setembro de 1942, e o Palmeiras nasceu campeão uma semana depois, no dia 20 de setembro.
Em 1951, o “Verdão” conquistou a Copa Rio, competição internacional de clubes de futebol disputada por dois anos seguidos, no Brasil, mais precisamente nos anos de 1951 e 1952. A competição foi a primeira tentativa de organizar um campeonato de abrangência mundial, antes mesmo da Taça Libertadores e da Liga dos Campeões.
A imprensa brasileira, na época, a nomeou como "Torneio Mundial de Campeões" ou "Campeonato Mundial de Clubes". A Copa Rio apresentou um formato parecido com o adotado pela FIFA na primeira edição da Copa do Mundo de Clubes, também realizado no Brasil, em 2000, sendo a diferença que a Copa Rio teve jogos de semifinais, e os jogos de finais e semifinais eram de "ida e volta" e não em um jogo só.
Em agosto de 2014, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, afirmou que a entidade reconhecerá a competição de 1951, vencida pelo Palmeiras, como um mundial de clubes.
Após ganhar seu primeiro título nacional, a Taça Brasil, em 1960 (o Campeonato Brasileiro da época), representar a Seleção Brasileira para enfrentar o Uruguai, com vitória por 3 x 0, em 1965, veio a década de 70, uma das melhores da história do Palmeiras. Comandados por Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia, entre outros, o Palmeiras começou a montar a equipe que dominaria o cenário nacional. O ano de 1972 é histórico, o Palmeiras conquista os títulos das cinco competições que participou, entre elas o Campeonato Paulista e Brasileiro, em cima do São Paulo e do Botafogo do Rio, respectivamente. No ano seguinte vem o bicampeonato brasileiro, contra o São Paulo, e além do time paulista, o quandragular final era composto por grandes times da época, o Cruzeiro e o Internacional. Em 1976 o Palmeiras ganha mais um Paulista, o último da geração Ademir da Guia. Considerado o melhor jogador da história do clube, apelidado de  "Divino", ele abandonou o futebol no ano seguinte, depois de 16 anos de glórias.
Outra década iluminada na história do clube foi a de 90, conhecida como a “Era Parmalat”. Em abril de 1992, a diretoria assinou um contrato de parceira para a gestão do futebol com a multinacional italiana Parmalat, que trouce várias mudanças, entre elas da camisa, que ganhou listras brancas e o verde mais claro. Alguns craques contratados, como o meia Zinho e o lateral Mazinho, que se juntaram a jogadores como o volante César Sampaio e o atacante Evair. Com a equipe ainda em formação e se acostumando aos novos tempos, o Palmeiras foi vice-campeão do Campeonato Paulista de 1992. Na virada de 1992 para 1993, outros craques são contratados, como o zagueiro Antonio Carlos, além de revelações do futebol que trariam muitas alegrias ao torcedor alviverde, como o lateral-esquerdo Roberto Carlos e os atacantes Edmundo e Edílson. Com a postura ousada da Parmalat, de fazer contratações caras para a época, o Palmeiras caminhava para o retorno aos títulos.
O Verdão foi bicampeão do Campeonato Brasileiro (1993-1994), campeão do Torneio Rio-São Paulo sobre o Corinthians também em 1993, 27 anos depois de sua última disputa e contando com o time reserva, já que os titulares estavam servindo a seleção. Foi três vezes campeão Paulista (93-94-96), venceu pela primeira vez a Copa Mercosul e a Copa do Brasil, em 1998. Nesta competição aconteceu uma das partidas mais emocionantes da história do Palmeiras, contra o Flamengo. Era 21 de maio e valia a classificação para a final. O Flamengo vencia por 2 a 1 e faltavam pouco mais de 10 minutos para o fim da partida. O Palmeiras precisava fazer mais três gols. E fez, conquistando a vitória aos 48 minutos do segundo tempo.
Em 1999 veio a tão esperada Libertadores, em uma final com o Deportivo Cali da Colômbia no Palestra Itália, com grande destaque para o goleiro Marcos, escolhido o melhor jogador da competição. No ano seguinte, Marcos protagonizou um dos momentos mais lembrados por todo torcedor: a defesa do pênalti de Marcelinho Carioca, do Corinthians, que garantiu a classificação para a final do torneio.
Esta é a lembrança mais marcante para João Paulo Zago, estudante de Imagem e Som. "Marcelinho, Marcelinho... Maaaaarcos!, em 6 de junho de 2000”, relembra ele, imitando a narração do lance. “É inquestionável. Foi o jogo que valeu o título da rivalidade, da doce memória para um e eterna angústia para outro”, completou.

Fase atual
Após esse período, o título mais expressivo conquistado pelo time foi a Copa do Brasil em 2012, e o Campeonato Paulista em 2008, 12 anos após o último título estadual. O Palmeiras ainda passou por dois rebaixamentos, em 2002 e 2012.
Sobre a fase atual do time, João critica a comissão técnica e direção do clube. “É reflexo do desgastante jogo político que acontece desde os anos 70. Não adianta, o maior inimigo do Palmeiras é o próprio Palmeiras, e o Dorival (Jr., atual técnico) ou qualquer outro só surte efeito se o respaldo vier de cima”, declarou.
Já Kaique Maciel, estudante de jornalismo, vê esses anos como os piores da história do clube. “O palmeirense olhava para o futuro, vislumbrando melhoras, ainda mais com a chegada da Parmalat, mas hoje, mesmo com a nossa nova casa, a Allianz Parque, acho difícil resolver as coisas. Espero que o Dorival Júnior consiga realizar um milagre, pois com esse time as possibilidades do terceiro rebaixamento são grandes”, disse ele.

O Palmeiras inaugura ainda este ano seu novo estádio, a Allianz Parque, que segundo a construtora Wtorre, será entregue em outubro. A casa nova substitui o antigo Palestra Itália, fechado no segundo semestre de 2010. O Palestra Itália foi inaugurado no dia 21 de abril de 1917, sendo comprado pelo Palmeiras em 1920.

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